Os transtornos de aprendizagem não afetam apenas a habilidade de aprendizado de um indivíduo. Eles podem criar dificuldades que aparentemente não são enfrentadas por outras pessoas, levando aqueles que sofrem com essas condições a enfrentar problemas de autoestima e autoconfiança.
Perguntas como “Por que só eu não consigo fazer certas coisas?” e “Por que a escola ou faculdade é tão difícil para mim?” frequentemente surgem. Quando não encontram respostas para esses desafios acadêmicos, essas pessoas tendem a desenvolver crenças negativas sobre si mesmas, considerando-se ‘burros’, ‘preguiçosos’ ou ‘incapazes’. Em alguns casos, familiares, professores e profissionais também podem inadvertidamente reforçar essas crenças, o que pode afastar esses indivíduos da busca por um diagnóstico.
Por todas essas razões, psicólogos destacam a importância de tratar os transtornos de aprendizagem com seriedade e procurar ajuda profissional. Esse apoio não apenas melhora a capacidade de aprendizado, mas também auxilia na reconstrução da autoestima.
O que são transtornos de aprendizagem?
Os transtornos de aprendizagem compreendem diversas condições que afetam a capacidade de uma pessoa aprender, especialmente nas áreas de leitura, escrita e matemática. De acordo com o Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5), essas condições são classificadas como transtornos do neurodesenvolvimento, uma vez que impactam o funcionamento cerebral e a capacidade de processar informações.
Esses transtornos podem resultar em prejuízos a longo prazo em atividades que envolvem leitura, escrita e cálculos, afetando o desempenho acadêmico e profissional. Geralmente, o diagnóstico é feito na infância, à medida que o entendimento das características dessas condições avança.
Quais são os principais tipos de transtornos de aprendizagem?
Dentro do espectro dos transtornos de aprendizagem, existem várias condições que afetam funções específicas e áreas de aprendizado. Alguns dos principais tipos incluem:
- Dislexia: Este é um dos transtornos mais conhecidos e envolve dificuldades na leitura. Pessoas com dislexia têm problemas em associar letras aos sons correspondentes e organizá-las de forma lógica. Além disso, podem ter dificuldade em compreender as regras da linguagem.
- Disortografia: Caracterizada pela dificuldade na ortografia e na escrita. Pessoas com disortografia podem omitir, adicionar ou substituir letras e sílabas nas palavras, além de cometer erros na acentuação e pontuação.
- Discalculia: Essa condição afeta a capacidade de lidar com números e problemas matemáticos. As pessoas com discalculia têm dificuldade em compreender a relação entre números, realizar cálculos e lembrar fórmulas matemáticas.
- Disgrafia: Semelhante à disortografia, a disgrafia afeta a habilidade de escrever corretamente. Os sintomas incluem caligrafia desorganizada, letras sobrepostas e falta de clareza na expressão de ideias por escrito.
Além dessas condições específicas, transtornos como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) também podem influenciar o processo de aprendizagem.
Como identificar transtornos de aprendizagem?
Os transtornos de aprendizagem geralmente se manifestam nos primeiros anos da vida escolar de uma criança. Eles podem apresentar dificuldades na compreensão da linguagem, na leitura, na escrita e no cálculo. Isso pode levar ao desinteresse pelos estudos, à frustração na escola e a problemas de comportamento.
Não se trata de preguiça ou desinteresse, mas sim de uma resposta natural a desafios que a criança não consegue superar, causando sentimentos negativos. Problemas de aprendizagem também podem persistir ao longo da vida acadêmica, incluindo dificuldades em raciocínio, organização de informações e compreensão de conceitos abstratos.
Os transtornos de aprendizagem podem ser identificados por meio de observação e avaliação por profissionais qualificados, como psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras.
O que causa transtornos de aprendizagem?
Os transtornos de aprendizagem têm uma origem multifatorial, incluindo fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A predisposição genética desempenha um papel importante, com uma maior probabilidade de ocorrência em famílias onde há histórico dessas condições. Além disso, a prematuridade e a exposição pré-natal à nicotina podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos de aprendizagem.
Existe tratamento para transtornos de aprendizagem?
Sim, há tratamento para transtornos de aprendizagem. Embora esses transtornos sejam crônicos, seu desenvolvimento e intensidade podem ser gerenciados com intervenções adequadas. O tratamento geralmente é multidisciplinar e pode envolver profissionais como psicólogos, psicopedagogos e psiquiatras, dependendo das necessidades do indivíduo.
O acompanhamento com um psicopedagogo, por exemplo, pode ajudar a pessoa a desenvolver estratégias de aprendizado eficazes e organização pessoal. O tratamento visa reduzir os prejuízos causados pelos sintomas e melhorar a capacidade de aprendizado ao longo da vida.